SOMEONE TURNS 70 TODAY!

This post is dedicated to my sister Norma, so my apologies to those who cannot read Portuguese…

Norma, holding her younger sister (yours truly).

Ser a irmã caçula – e caçula de verdade, 16 e 12 anos mais nova que as primeironas – e’ uma experiência interessante. Meio como ser filha única, mas não exatamente.  Irmãos separados por dois, tres, quatro anos, tendem a interagir de uma forma mais egalitária. Brincam juntos, aprendem juntos, brigam, se batem (principalmente se meninos), mas com a diferença grande de idade, tudo muda. Quando eu era criança, minhas irmãs eram adolescentes. Eu as olhava com uma certa admiracão velada, quando se aprontavam para sair, se analisavam no espelho, arrumando o cabelo, a maquiagem, escolhendo a roupa. Eu imaginava como deveriam estar se divertindo longe de casa, e que um dia quem sabe seria a minha vez. Quando eu tinha 10 anos elas se casaram e  minha vida mudou drásticamente, creio que ate’ aquele momento eu não sabia que fariam tanta falta.  Mas, tem coisas que a gente não pode mesmo antecipar.

Anos e anos se passaram e hoje minha ‘irmãzinha do meio” completa setenta anos de vida! Não estou la’ para comemorar, mas divido tres lembranças que por um motivo ou outro ficaram solidificadas na minha memória. A primeira, foi sentar com ela e folhear um caderno de desenho que ela tinha, feito para alguma matéria na escola, sei la’ o que seria. Aula de Desenho? Naquela época talvez existisse. Era uma coisa mais linda do que a outra, desenhos perfeitos, a lápis, alguns tinham um formato geométrico, outros eram desenhos de pessoas, rostos, e eu fecho os olhos ainda hoje e re-visito aquela mesma fascinação que senti. Minha irmã, uma artista!  Para mim, melhor do que Michelangelo…

Segunda memória. Um grupo de amigos e amigas das minhas irmãs estavam em casa e eu, como a caçulinha, rondando, tentando não me fazer muito evidente, para não correr o risco de ser mandada embora do grupo dos “adultos.”  Norma de repente comeca a cantar uma canção em italiano, francamente nao me lembro mais qual, mas era uma música famosa no Brasil naqueles tempos. A voz dela, lindíssima, clara, magnífica. O mundo silenciou, saboreando a beleza acústica de um momento especial. Pensar que quando eu canto os cães saem da sala… pode haver tanta injustiça em um único pool genético?

Terceira memória. Essa a mais especial. Tenho certeza que ela não faz ideia. Nas minhas décadas de vida, se eu tivesse que escolher cinco dias como os mais especiais da minha vida, esse seria um deles. Os detalhes são um pouco nebulosos. Por algum motivo eu não tinha ido para a escola e Norma, tambem por algum motivos inusitado, estava em casa. Naquela tarde, ela brincou comigo da hora do almoco ate’ a hora do jantar. Eu lembro que ela inventou a brincadeira toda, eu tinha umas garrafinhas coloridas de plástico, imitando garrafinhas de boliche, e eram parte da brincadeira. Não lembro mais grande coisa, so’ a sensação deliciosa de estar vivendo um dia especial. E lembro também que quando o dia acabou eu fiquei muito triste. Eu temia que nunca houvesse outro igual. De fato, não houve. Mas o que importa e’ que esse um valeu por milhares. Ainda que eu tenha levado mais de 40 anos para dividir essa lembrança com ela, antes tarde do que nunca….  Tagradecida!

FELIZ ANIVERSARIO PARA ALGUEM MUITO ESPECIAL QUE MORA DO LADO ESQUERDO DO MEU PEITO!

 

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